Doença ocupacional: como comprovar e garantir seus direitos

A doença ocupacional é uma das situações mais comuns no ambiente de trabalho, mas também uma das mais difíceis de comprovar. Cada vez mais trabalhadores desenvolvem doenças físicas e psicológicas ligadas às atividades profissionais, mas muitos não sabem que podem ter direitos trabalhistas e previdenciários, como estabilidade e indenização.
Neste artigo, você vai entender o que é doença ocupacional, como comprovar o nexo causal e quais são os direitos garantidos pela lei.


O que é uma doença ocupacional?

A legislação classifica a doença ocupacional em duas categorias:

1. Doença profissional

É causada diretamente pelo trabalho, como:

  • LER/DORT

  • tendinite

  • surdez ocupacional

  • intoxicação química

2. Doença do trabalho

Não é exclusivamente causada pela atividade, mas é agravada por ela, como:

  • hérnia de disco

  • transtornos de ansiedade

  • depressão relacionada ao ambiente

  • doenças respiratórias agravadas por poeira

Ambas têm o mesmo peso legal de um acidente de trabalho.


Como comprovar o nexo causal

Comprovar o nexo causal significa demonstrar que a doença tem relação direta com o trabalho.
Isso é essencial para que o INSS reconheça a doença como acidentária (B91) e para que a Justiça do Trabalho reconheça direitos como estabilidade e indenização.

1. Laudos médicos detalhados

Peça ao médico:

  • diagnóstico completo

  • descrição da atividade profissional

  • relação entre a atividade e o agravamento da lesão

2. Atestados e exames que mostram evolução da doença

Exames de imagem, relatórios de fisioterapia e atendimentos anteriores ajudam a mostrar que há evolução ligada ao trabalho.

3. Provas do ambiente de trabalho

Podem ser usadas:

  • Fotos

  • Vídeos

  • Conversas com superiores

  • Testemunhas

  • Documentos internos

  • PPRA, PCMSO, LTCAT

Esses documentos mostram riscos e condições inadequadas.

4. Histórico da função exercida

  • O que você fazia no dia a dia?

  • Havia movimentos repetitivos?

  • Risco ergonômico?

  • Atendimento sob pressão?

Tudo isso ajuda a fortalecer o nexo.


Quais direitos o trabalhador tem com doença ocupacional?

1. Afastamento pelo INSS com benefício acidentário (B91)

Se reconhecida a doença ocupacional, o INSS deve conceder auxílio-doença acidentário, que tem vantagens:

  • conta como tempo de contribuição

  • garante estabilidade quando o trabalhador retorna

  • não exige carência

2. Estabilidade de 12 meses após o retorno

O trabalhador não pode ser demitido sem justa causa por um ano após voltar do afastamento acidentário.

3. Indenização da empresa

Quando a doença é causada por culpa da empresa, pode haver:

  • danos morais

  • danos materiais

  • reembolso de despesas médicas

  • pensão mensal (em casos graves)

4. Reabilitação profissional

Se o trabalhador não puder retornar à função, tem direito a curso de reabilitação do INSS.


Quando a empresa é responsável pela doença ocupacional?

A responsabilidade normalmente existe quando há:

  • falta de equipamentos de proteção

  • ausência de ergonomia

  • metas abusivas que geram adoecimento emocional

  • ambiente insalubre

  • falta de treinamentos

  • omissão em corrigir riscos conhecidos

Nestes casos, é possível entrar com ação trabalhista.


Conclusão

Comprovar doença ocupacional pode ser desafiador, mas os direitos do trabalhador são amplos e importantes. Se a doença está ligada às suas atividades profissionais e você sente que não está recebendo o suporte adequado, é fundamental buscar orientação jurídica especializada.


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Envie sua situação para a Dra. Andréa fazer uma análise inicial e mostrar o melhor caminho.

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